Cidades

Serial killer de Maceió é condenado a 27 anos de prisão e acumula mais de 127 anos de pena

Albino Santos de Lima já havia sido condenado por outros crimes em Maceió; são atribuídos a ele pelo menos 18 homicídios

Por Lucas França com Tribuna Hoje 31/10/2025 13h38
Serial killer de Maceió é condenado a 27 anos de prisão e acumula mais de 127 anos de pena
Albino dos Santos Lima é condenado a mais 27 anos de reclusão - Foto: MPAL

Sentado no banco dos réus pela quinta vez, o serial killer de Maceió, Albino Santos de Lima, foi condenado nesta sexta-feira (31) a 27 anos, 1 mês e 10 dias de prisão pela morte de Tamara Vanessa da Silva e pela tentativa de assassinato de Leidjane, mãe de santo, e de José Gustavo, marido de Tamara, durante um ataque ocorrido em junho de 2024, no Vergel do Lago, em Maceió. Com essa nova condenação, Albino acumula, somando todas as penas anteriores, aproximadamente 127 anos, 3 meses e 5 dias de reclusão.

Antes desta sentença, ele já havia sido condenado a: 37 anos de prisão pelo assassinato de Emerson Wagner da Silva e tentativa de homicídio de outra pessoa; 24 anos e 6 meses pelo assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo; e 14 anos e 7 meses por tentativa de homicídio contra Alan Vittor. A polícia atribui a Albino a autoria de até 18 assassinatos, e ele continua a responder por outros crimes em julgamento.

Durante o julgamento, conduzido pelo juiz Yulli Roter no Fórum do Barro Duro, Albino admitiu a autoria do ataque, mas manteve seu direito de permanecer em silêncio: “Tenho ciência do que estou sendo julgado. Confesso o acontecido, mas quero permanecer em silêncio”, declarou. O promotor Antônio Villas Boas, responsável pela acusação, ressaltou que Albino é considerado o maior assassino em série de Alagoas e um dos maiores do país. “Ele tem plena consciência do que faz. O que lhe falta é empatia. Não se compadece do ser humano. No primeiro julgamento tentou alegar que ouvia vozes do Arcanjo Miguel. Hoje quer usar a mesma desculpa. Mas eu vou mostrar o que ele realmente pensava sobre as vítimas deste júri”, afirmou.

Os sobreviventes do atentado prestaram depoimentos emocionantes. José Gustavo contou que, no dia do crime, ele, Tamara e Leidjane seguiam para a casa da mãe de santo para ajudar na preparação de alimentos para um evento do candomblé. Por causa da chuva, pararam algumas casas antes do destino e foram surpreendidos pelos tiros. Tamara foi atingida por quatro disparos, Gustavo levou três tiros e Leidjane, a primeira a ser baleada, foi atingida na cabeça. Mesmo ferido, Gustavo conseguiu buscar ajuda na casa da mãe de santo, e a população prestou os primeiros socorros. Leidjane, que passou nove dias internada e perdeu parte da memória e da visão temporariamente, confirmou o relato e destacou que não compreende a motivação do ataque, já que nenhum deles tinha envolvimento com atividades ilícitas.

Com esta nova condenação, Albino Santos de Lima continua a enfrentar múltiplos processos e deve ser novamente julgado ainda neste mês por outro homicídio, consolidando seu histórico como o principal assassino em série em atividade na região.